quarta-feira, 16 de maio de 2012

A velhice


Os anos ensinam que nada era ensaio, que tudo era ao vivo, que a paciência vence a incerteza, em algum momento você sai de baixo do desagrado e sossega um pouco, o tempo vai trazendo marcas, rugas e saberes. Sempre queremos ter os dezoito com a cabeça de hoje, mas não os fios brancos, poderíamos ter feito mais. Arrependemo-nos daqueles caminhos que não fomos percorrer, nunca dos que andamos. Cada ano que passou foi uma roda viva, quando vi já era maio, quando vi já era dezembro, quando vi já tinha filhos, quando vi era muito tarde. Não, não estou esperando me aposentar para viver, nem sei se quero me aposentar, a rotina de acordar ir pro trabalho e para casa e acordar e dormir e acordar e dormir até morrer não é comigo, prefiro ficar no aeroporto horas e horas atrasado esperando a próxima parada, escrevendo estas merdas que eu costumo refletir, pode até ser que eu morra num desastre um dia desses, mas sabe para onde todo mundo vai? Nem eu. Então persigo a certeza de fazer o que eu quero, agora, para talvez não me arrepender.
Cassiano Pellenz

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