terça-feira, 21 de setembro de 2010

Noites sem flores


Eu li umas poesias e chorei por amor
Fazia tempo que eu não chorava por amor.
Um amor cresce com o tempo.
E um amor é simples como viver.
Amar é ver além das coisas.
Assim como a arte, ocupa o vazio.
Não quer de forma alguma explicações,
Sejam lógicas ou cientificas,
O amor vê a cor e o perfume da flor,
Não quer que a metafísica diga sua espécie.
Viver sem ti é estar sem pétalas.
Viver sem ar é como morrer.
O amor quer drama.
O amor dói na distancia
E é triste em despedidas,
Confuso nas presenças,
Malicioso nos encontros.
O amor quer sempre encontros
Quero sempre estar completo
Faltas em mim à parte
Mais bonita da primavera.
Vem completar minhas pétalas,
Junta-se a mim ó primavera,
Me da teu néctar, que vivo,
A esperar ser mais perfeita.
Sei que mereces um abrigo,
Para esconder tua beleza,
As tuas dobras e teu sorriso,
Alimentam minha natureza.
Sinto saudades e vem à chuva
Estou ouvindo ela ao longe
Vem devagar em trovoadas
Vem
anunciando que esta vindo
E que estarei sozinho , amada.
Como podes me deixar esperando.
Uma gota desta chuva sem você,
Vai ser tão grave e brava como o escuro
Que também traz sempre essas tormentas.
Preferia que viesse com guarda chuvas,
Que não se molhasse, mas viesse,
Para juntos contarmos nossas flores,
E ir desenhando mais florestas,
Pra aumentar as primaveras,
Você não podia ter me deixado
Aqui mais uma vez te esperando,
Como faz pensar assim,
Que gostas de caçoar comigo,
Que queres ver se te preciso,
Se te desejo intensamente,
Se vou correr atrás de ti,
Por mais distante que estejas.
Hoje sei que não vens,
Como ontem e outrora já sentia
Devias ter me mandado carta
Ou ter me deixado em paz um dia
Daí eu não sonhava tanto,
Daí não imaginava
Que na noite que eu dormia,
Que eu menos te esperava
E chovia
Você viria e em meu ser entrava
Como a alma quando reza,
Como a flor que desabrocha
Tão naturalmente e sem explicações,
Eu queria ter você comigo
Assim como a chuva que bate a vidraça
E queria que em mim chovesse,
Para que eu me lembrasse,
Que tu és minha chuva e meu vento,
Porem ao longe tempestade,
Quero você sempre comigo,
Por mais que seja tarde,
Por mais que me enganaste,
Por mais tempo que eu espere,
E veja você se tornar um jardineiro
Cuidando talvez outras flores.
As outras flores que tens,
Mesmo que passageiras,
Mesmo que não confesses
Sei que foram regadas,
Sei que nas madrugadas
Me enganaste em terrenos longes,
Mas queria que naquele instante
A flor se desabrochasse
Mas eu secava sem os para-ventos
Eu morria por fora e por dentro
E hoje estas cicatrizas nas folhas
São tão poucas ao passo
Que esta ferido o coração.

Cassiano Pellenz

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